Conversas Com os Pais - Comentários

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Iniciamos, hoje, a publicação de alguns textos que nos têm chegado com comentários sobre o trabalho que desenvolvemos no NIB. A Mãe Madalena quis partilhar connosco o que tem sido para ela e para a sua família os momentos que partilha connosco. Este é o texto que nos enviou:

«Já não sei dizer se a discussão do grupo se manteve fiel ao programa definido para os encontros que têm acontecido desde 26SET2009 no NIB. Penso que o que mais importava reter do tema permanece, por certo, no espírito de todos aqueles que têm partilhado o chão da sala do NIB: “Na relação com os nossos filhos sugere-se menos disciplina e mais consenso”. Constatamos, com alguma perplexidade, que na relação com as crianças, os adultos (não necessariamente crescidos) continuam a tratá-los como menores. Menores no sentido de terem menos razão / inteligência / capacidade de aprender / perceber o que lhes é transmitido, o que os rodeia. Estou convencida de que o que somos enquanto “pessoas” depende quase tudo (confesso: eu acho que é mesmo tudo, mas aceito que esta afirmação dá forte susto! É que nos mete nos ombros uma gigantesca responsabilidade!) depende do “alimento vivencial“ que lhes vamos proporcionar: que experiências, que afectos, que relações, que pais, que amigos, que escolas, que artes, que conversas, que livros, que cheiros, que atenções, que passeios, que descobertas, que segredos, que olhares…
E é por aqui que, aceitando a essencialidade da disciplina em contextos bem determinados … tivemos – sentados no chão do NIB - dificuldade em pronunciar a palavra disciplina alto e bem articulada. Talvez porque estávamos a associar o uso da disciplina a quem não tem capacidade de discernir, de compreender.
Sentados no chão no NIB, reflecte-se com outra perspectiva:
     Educar no e para o consenso – implica mais tempo.
     Educar no e para o consenso implica tempo para conversar, para explicar porque tem de ser assim e não de outra maneira; implica tempo para aprender a escutar os argumentos dos nossos filhos sem os interromper nem antecipar o que vão dizer e depois mais tempo para voltar a contra argumentar e a propor alternativas.
     O consenso cria um clima de tolerância, ensina a ultrapassar a frustração; fortalece a auto estima porque a criança cresce no respeito pela sua opinião, pois mesmo que não seja feita a sua vontade ela é ouvida, há uma razão para o “não”, e percebe a tentativa de se encontrar uma solução».

Obrigado, Mãe Madalena, pelas suas palavras encorajadoras e de partilha de aprendizagens e experiências. Esperamos poder continuar a contar com o seu entusiasmo!

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