Sou mãe do Leonardo de 18 meses e a alimentação tem sido, ao longo deste ano e meio juntos, uma questão difícil em intervalos regulares. No inicio foi a amamentação que não correu bem e o Leonardo perdeu um pouco mais de peso do que o esperado (ainda recordo, com grande vivacidade, a suas pernas pequeninas motivo pelo qual lhe demos o nome de “pernas de galinha” que perdurou durante algum tempo…). Nessa altura, evidentemente, sentia-me responsável porque era eu, e mais ninguém, que não conseguia dar-lhe o alimento necessário. Ele acabou por recuperar rapidamente mas penso que a minha ansiedade sobre se ele estará a comer o suficiente começou nessa altura.
O segundo momento mais difícil começou quando o Leo tinha 5 meses e eu começava a preparar-me mentalmente para o deixar no infantário. De repente, começou a recusar o biberão. Tentámos de tudo – biberões diferentes, posições diferentes, o meu marido a tentar alimentá-lo, etc. Mas nada parecia resultar até que um dia o Leo decidiu por si que já queria o biberão novamente… Calculo que deveria ter percebido nesse momento que, no que diz respeito à alimentação, o Leo é quem manda e que se ele não quiser comer, não há muito que eu possa fazer! Mas foi muito difícil para mim, simplesmente relaxar e perceber que é sempre uma situação passageira e não me preocupar muito com o assunto. Imaginava que ele passaria fome o dia todo enquanto eu estivesse no trabalho e que o nosso “pernas de galinha” apareceria de novo… Isso não aconteceu. Depois de um mês muito difícil em que li tudo o que havia sobre o assunto, o Leo começou a mamar o biberão novamente. Ainda hoje bebe leite antes de se deitar e é, provavelmente, a sua refeição preferida!
O nosso terceiro período mais complicado começou há cerca de um mês. O Leo come, praticamente, o mesmo que nós e, até ao momento, tudo tem resultado muito bem. Está um menino muito crescido que tem comido sempre muito bem no infantário e que não tem sido muito esquisito em relação ao que gosta ou não gosta. Mas isso alterou-se. De repente, começou a demonstrar de forma muito clara, todas as vezes que o alimentamos, que não quer comer. Abana a cabeça, afasta a colher com a mão e dá-nos os pratos que lhe colocamos à frente para o encorajar a comer sozinho. Tem sido sempre assim cada vez que tem de comer. Mais uma vez, tentámos tudo e na maioria das vezes conseguimos fazer com que coma pelo menos metade daquilo comia antes, mas alimentá-lo começa a ser um momento de angústia – tenho a certeza que o Leo sente isso, também, e, julgando pelas outras vezes, devíamos perceber que se trata apenas de uma fase que acabará por passar. Por vezes resulta deixá-lo comer algo sozinho ou entretê-lo com um brinquedo. Outras vezes, mostramos-lhe bonecos animados ou misturamos a comida com a fruta (que ele adora mas já aprendeu a ver se a colher tem comida misturada). O que nunca resultou, como é evidente, é forçá-lo a comer. Desta vez, também li dezenas de artigos sobre alimentação, falei com amigos, etc, e todos dizem a mesma coisa – as crianças não morrem à fome e se não comer hoje, vai comer mais amanhã. Consigo perceber isso mas, emocionalmente, sofro muito quando ele não come e é muito difícil para mim aceitar isso.
Esta fase, esperamos, parece estar a passar. Está a comer melhor novamente, não tanto como anteriormente, mas alimentá-lo já não é a batalha que costumava ser e começo a sentir-me mais tranquila sobre o assunto.
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