Conversas Com os Pais - Comentários

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

A Familia Gonçalo, Cristina e Luís partilharam a sua experiência e dúvidas connosco:

«Quando é que os bebés começam a brincar?
O que é para os bebés brincar?
Quais as competências dos bebés para brincar?
Qual a importância de se brincar com os bebés?
Relativamente ao período de observação, elaborada nos momentos NIB, mais a frente irei fazer os meus comentários. Gostaria de em primeiro lugar relatar algumas brincadeiras que o Gonçalo fazia ainda na minha barriga. Na ecografia das 12 semanas, o Dr. Rui, estava fulo, pois tinha que fazer determinadas observações e medições bastantes importantes e o bebé, não parava de dar cambalhotas e de se mexer, o Dr. chegou a comentar “o bebé está a gozar comigo” (gozar = brincar). Mandou-me vestir e ir para os corredores andar para ver se o bebé se acalmava, adormecia. Depois lá conseguiu efectuar o exame.
Na ecografia das 22 semanas, a Dr. Margarida, fartava-se de rir, pois tinha determinadas observações, medições e contagem de membros para fazer, e mais uma vez o bebé não parava de mexer e virar de costas, a Dr. chegou a comentar “o bebé é mesmo engraçado, não para quieto”, (engraçado = brincar). Mesmo assim conseguiu efectuar todo o exame.
Outro exemplo, o bebé estava a mexer-se muito, eu chamava o Luís para ele colocar a mão na barriga e sentir, e o bebé parava automaticamente de se mexer. Brincalhão!
Podia contar mais histórias, mas fiquemos por aqui.
As observações dos momentos NIB, entre o período de Fevereiro 2009 (Gonçalo 3 meses) até Julho 2009 (Gonçalo 8 meses). Durante este período, apercebi-me e dei mais importância ao que seria o brincar do bebé, recordei algumas situações passadas, nos primeiros meses de vida do bebé e estive mais atenta, dai para a frente.
Depressa cheguei à conclusão que as brincadeiras do Gonçalo depois de nascer eram as mais normais, eram todos os períodos de prazer, de comunicação (vocalização de sons), de diversão (com algum brinquedo ou parte do corpo), de felicidade (gesticulação corporal), bem-estar, boa disposição, etc.
Com os momentos NIB, aprendi que os bebés têm os seus ciclos, os seus tempos, os seus momentos de atenção. E isso é importante aprender, para os compreendermos melhor, mas existem rotinas, horários, hábitos que devem ser impostos e cumpridos pelos bebés, para assim viver em harmonia, tirar partido da vida, do brincar.
Há que saber engrenar muito bem estas duas (neste caso três) rodas dentadas, para que o movimento se dê na perfeição. Uma coisa é certa não existe perfeição, mas existem arestas que podem ser limadas e existem dentes que podem ter mais ou menos folgas. E assim sim, podemos iniciar o movimento e prosseguir caminho. Mas existem obstáculos, que não favorecem o bom funcionamento desta engrenagem. Existem pisos irregulares, existe atrito, existem avarias. Mas com o conhecimento que fomos adquirindo, ao longo da caminhada é mais fácil contornar estes obstáculos.
E ai entra a criatividade, a imaginação, a comunicação, o brincar, para que o relacionamento se torne sustentável, saudável, harmonioso, etc.
Com isto, o que quero dizer é que “a brincar, a brincar se dizem as verdades”, isto é, a brincar se pode levar uma vida saudável sem agressividade, com um bom relacionamento – prazer, felicidade, bem-estar.
Todos estes conceitos estão em constante mutação, não são efémeros. Assim como as brincadeiras também se alteram com avançar das semanas. É extremamente importante saber acompanha-las e estar atenta.
Factos reais, os bebés têm as suas preferências, porque procuram quem lhes dê segurança, quem os deixe fazer tudo, quem lhes dá “espaço”, quem está no seu ritmo, quem transmite calma e serenidade, quem conhece e faz as suas brincadeiras preferidas, ou porque simplesmente sente empatia.
O Gonçalo tem uma ligação muito forte com o pai e em geral prefere os homens, avô, tios, primos, amigos (as vozes, a pele da cara, a serenidade, o cheiro, o colo, etc.). Também respeita mais facilmente o pai, cumprindo as suas ordens e obedecendo. Porque razão? Não sei.
A ligação do Gonçalo com a mãe (e outras mulheres tias, primas, educadora) é mais de afectos, carinhos e reposição de confiança no meio de uma brincadeira. Também brinca com a mãe. De uma forma geral, uma tarefa executada pela mãe dá sempre mais trabalho, faz birras, tenta impor a sua vontade, dificulta. Porque razão? Ainda não sei.
Concluindo, o Gonçalo é um bebé sereno, calmo e tranquilo.
Mas ao mesmo tempo, está sempre pronto para a brincadeira (chega a combater o sono); está sempre feliz (bem disposto e a sorrir para todas as pessoas, mesmo com sono ou fome); está sempre atento e é bastante observador, explorador; está sempre a falar (mesmo quando brinca sozinho ou quando vê TV); é muito activo, não pára e pede atenção.
O Gonçalo não é esquisito (adora a inter-acção), brinca, fala, come e dorme em qualquer lado, e por vezes com qualquer pessoa.
Para o Gonçalo quanto mais maluca, barulhentas e mais gente e alegria tiverem as brincadeiras melhor».

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